AFINAL, QUAL ERA A LÍNGUA QUE JESUS FALAVA?

Havia vários idiomas espalhados pela Palestina, mas qual era a língua que Ele falava em casa?

Na Palestina do século I, três línguas tinham presença constante: aramaico, grego e hebraico. Cada uma tinha a sua função e era usada por grupos específicos. Além delas, ainda havia o latim, falado pelos ocupantes romanos, sem falar nas outras várias línguas e dialetos de comerciantes e viajantes.

O aramaico é amplamente considerado pelos estudiosos como a língua principal que Jesus falava. O blog Zondervan Academic (em inglês) lista várias razões que embasam esta tese.


A maioria dos documentos e inscrições preservados daquela época e região foi escrita em aramaico. Também há, é claro, textos em grego, hebraico, latim e outras línguas, mas são minoria. O hebraico sobressai entre os textos religiosos (dos Pergaminhos do Mar Morto, por exemplo, 15% foram escritos em aramaico, 3% em grego e todo o resto em hebraico), mas é em aramaico que se encontra a maioria dos textos não religiosos, como contratos, faturas, reivindicações de propriedade e outras comunicações comuns.

Os estudiosos descobriram que o hebraico antigo, na época de Jesus, era usado de modo semelhante ao do latim atualmente: pouca gente hoje em dia sabe latim, idioma reservado principalmente a cerimônias religiosas. O hebraico também era preservado pelos líderes religiosos da Palestina do século I, mas não era uma língua comum que todos soubessem falar. Jesus demonstrou que sabia ler hebraico na passagem em que pega um pergaminho na sinagoga (Lucas 4, 16-30), mas a maioria dos seus discípulos, quase analfabetos, não conheceria aquele idioma.

O grego também era uma língua usada na região, graças à helenização ocorrida séculos antes. As Escrituras hebraicas até foram traduzidas para o grego, na edição que passou a ser conhecida como a Septuaginta. Jesus provavelmente estava familiarizado com o idioma grego, mas, de novo, não era uma língua falada pelas multidões pobres com as quais Ele convivia.

Por outro lado, quando os evangelistas escreveram seus relatos sobre a vida de Jesus, os primeiros destinatários eram comunidades específicas; nesse contexto, o grego era a língua comum na qual eles podiam apresentar as palavras de Jesus. Mesmo que Jesus tivesse falado originalmente em aramaico, a Igreja acredita que esses escritores humanos foram inspirados pelo Divino Autor das Escrituras, o Espírito Santo, preservando-se do erro humano, portanto, as palavras do Salvador.

Todas as outras traduções das Escrituras demandaram da Igreja Católica um grande cuidado para garantir a precisão da mensagem original.

Fonte: Aleteia