TCHAU PREGUIÇA: exercitar bem o corpo é uma virtude cristã importantíssima!

Não, não estamos falando de ficar “bombadão” ou “saradona” para se exibir, entregando tempo, energia e dinheiro à vaidade e à fútil ilusão das aparências. Estamos falando é de superação da preguiça; de vencer a moleza e a frouxidão; de exercitar a força de vontade, o caráter, o domínio pessoal; estamos falando de cuidar da saúde, de livrar a alma da ociosidade e da indolência, de manter-se no controle de si próprio integralmente. Estamos falando de responsabilidade para com a unidade entre o nosso corpo e a nossa alma, templo do Espírito Santo. As muitas desculpas para descuidar do corpo não são compatíveis com a virtude cristã. Mexa-se!


É disto que fala este trecho do clássico livro de dom Tihamer Toth, “O moço educado”, voltado à formação juvenil:

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Não duvido que tenhas mais de uma vez ouvido a frase que nos vem da antiguidade: “Mens sana in corpore sano” (“mente sadia em corpo sadio“).

Quisera fazer-te notar, a este respeito, que não somente o corpo são e bem adestrado é precioso auxiliar que nos ajuda a bem cumprir nossa missão neste mundo, mas também que a alma jovem se dispõe com maior facilidade a transformar-se num caráter e a permanecer firme num corpo bem aguerrido, bem exercitado, bem destro, do que num montão de carne mole e preguiçosa.

Faz exercício de ginástica e de trabalho físico todos os dias, mormente nos anos de adolescência, a partir dos 13 ou 14 anos. É ainda um bom meio para conseguir assegurar a pureza de alma. O jovem que cuida todos os dias de fadigar não somente o espírito, mas também o corpo, estará muito menos exposto às tentações do que o moço ocioso e indolente. O corpo afagado e farto de gulodices embriaga-se com a sua importância: nada mais natural. Quer ser o senhor, quer reinar, torna-se exigente e, golpe sobre golpe, envia o assalto e artilharia das tentações sensuais contra a pobre alma.

O corpo é inimigo em nossa própria casa: sempre pronto ao mal, cheio de displicência pelo bem. Contudo, se tomares cuidado de bem exercitar, de disciplinar, de domar em todos os sentidos esse lobo esfaimado – se o obrigares a fazer um bom exercício de ginástica todos os dias -, verás que ele desiste de suas pretensões impudentes.

Ensina-nos a história que as nações sadias e fortes sempre ligaram importância especial ao adestramento físico dos seus cidadãos. Onde quer que a têmpera viril deu lugar à moleza amaneirada, arrastou sempre após si a decadência – a decadência da saúde como a da cultura.


Mas o que é, precisamente, o adestramento viril?

É essa capacidade do corpo que permite suportar, sem dano para a saúde, impressões, estímulos e golpes muito fortes. Essa qualidade se evidencia sobretudo em face das mudanças de tempo e de temperatura. O homem de saúde perfeita pode sair dum quarto quente para o ar frio sem se resfriar. Suporta sem dano o vento, o nevoeiro, a umidade, assim como o sol de verão. Seus vasos sanguíneos se contraem e se dilatam conforme a necessidade, levam mais ou menos sangue às diversas partes do corpo e, desse modo, permitem que se conserve sempre o calor natural do organismo. O calor natural do corpo jovem e bem adestrado preserva melhor do resfriado que um agasalho.

Um homem bem exercitado sabe também domar melhor a fome, a sede e a fadiga. O jovem exercitado sabe sorrir apesar de uma dor de dentes desagradável, não se deixa abater pela fadiga ou por uma leve indisposição. Não conhece o medo, não é guloso, não faz de preguiçoso na cama de manhã, sabe sempre conservar o corpo sob o domínio da alma.

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Dom Tihamer Toth, “O moço educado”, Parte I – O jovem bem educado

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