HOMEM FAZ TERÇO COM PEDRAS QUE TIROU DA VESÍCULA


Quase como na frase “com as pedras no caminho, vou construir um castelo”, um engenheiro do Espírito Santo fez, com as 53 pedras retiradas de sua vesícula biliar, um terço religioso. “A gente tem que aproveitar as coisas ruins para fazer coisas boas”, declarou João Bosco de Angeli, de 69 anos.

Ele guardou as pedras retiradas na operação, que aconteceu há 15 anos, e cerca de cinco anos mais tarde resolveu lapidá-las para fazer o terço. “Perguntava para as pessoas do que era feito e ninguém acertava”, brincou. O engenheiro estima que as pedras tenham cinco milímetros de diâmetro e o terço, 40 centímetros de comprimento.

Confecção

João Bosco disse que a confecção não demorou e a parte mais trabalhosa foi fazer os furos, com uma furadeira manual. As pedras da vesícula foram tratadas com verniz e, para completar o terço, foram usadas miçangas amarelas. A cruz é de madeira e o entremeio é de outro terço.

Também foram necessárias seis pedras falsas para chegar até 59, o número de contas do terço religioso.
“Acredito que seja o único do mundo feito com pedras de vesícula. Foram retiradas 53 pedras iguais na cirurgia. O médico que fez a operação disse que nunca tinha visto algo parecido, por elas serem do mesmo tamanho”, disse.

Dor

O terço inusitado é fruto de uma experiência dolorosa. “Eu tinha crises, tomava remédios e a dor se espalhava. Eu ficava tomando chás, azeite. Depois que eu operei, quando ela [vesícula] estava quase estourando, eu fui perceber que nenhum remédio adiantava”, desabafou João Bosco.




O engenheiro é católico, disse que ajudou a construir mais de 100 igrejas e frequenta a missa aos domingos. Para ele, o terço deve servir para que as pessoas valorizem a vida e ajam com prudência.

“Ele tem um significado, é um instrumento de oração. Muitas pessoas colocam no carro e pensam que aquilo vai protegê-las, mas não é assim. A pessoa precisa olhar para o terço e pensar que não deve andar em alta velocidade, deve seguir as leis de trânsito”, opinou.

Apesar de ter funcionalidade, o objeto está guardado como lembrança.“Antigamente, eu andava com um terço comum no bolso, que ficou desgastado. Eu usei esse para rezar uma vez, agora ele fica guardado numa caixinha bem bonitinha”, contou. 

Fonte: G1

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